Os 7 Princípios Fundamentais da Organização

Os 7 Princípios Fundamentais da Organização

Tempo de leitura: 10 minutos

 

Organização pode ser descrita como o estabelecimento de sistemas funcionais que visam aumentar a praticidade e a facilidade de atividades gerais do dia a dia. Portanto, um processo de organização envolve essencialmente um planejamento racional e lógico. Apesar de existirem diversos métodos, todos eles apresentam os mesmos princípios fundamentais da organização, os quais eu vou contar para você hoje.

 

1- Triagem e Destralhe

Toda organização sempre começa com o mesmo passo: destralhe. Antes de organizar qualquer ambiente, é fundamental que se faça uma triagem de tudo o que há ali dentro e se separe o que deve continuar ali do que é apenas tralha e que merece receber algum dos seguintes destinos: vender, doar, descartar ou consertar.

Sem esse processo de destralhe, a organização não consegue começar efetivamente. Lembre-se de que guardar a tralha em um lugar onde ela possa ficar escondida é apenas dar uma arrumada, não é organizar de verdade.

Uma vez que nosso ambiente está livre de tralhas, podemos ter mais clareza sobre o que precisa ser acomodado ali. É o momento ideal para avaliar a função de cada coisa e preparar-se para a aplicação dos próximos princípios.

Gostaria uma lista de sugestões de itens para destralhar? Confira este artigo!

 

2- Categorização

Categorização de itens feita com caixas

Feito o descarte, passa-se a olhar para o que ficou. Para que a organização possa prosseguir de maneira coerente, é sempre bom separarmos os pertences em categorias.

No caso de um armário, buscamos fazer uma categorização básica a partir do tipo de roupas: camisetas, calças, roupas íntimas, meias, vestidos, acessórios, chapéus etc. O mesmo se aplicaria a outros ambientes, adaptando apenas as categorias com as quais se pode distinguir os itens de cada espaço.

O intuito de fazer essa separação por categorias é que, na hora de colocar tudo no lugar, cada categoria será guardada em um mesmo espaço. Assim, caso esteja se procurando uma camiseta, basta procurar entre as camisetas. Não haverá o risco de que ela esteja perdida no meio dos pijamas.

 

3- Agrupamento

A própria categorização colocada no item anterior já se mostra como uma forma de agrupamento, pois reúne todos os itens da mesma classe. No entanto, devemos considerar esta questão de maneira um pouco mais ampla, aproximando sempre que possível categorias de objetos que são relacionadas.

Canto do café

Portanto, ao buscar um lugar para se guardar as xícaras de café, deve-se prezar pela proximidade com o local da cafeteira, por exemplo. Queremos evitar que objetos relacionados fiquem fisicamente distantes, pois isso não traz nenhuma praticidade.

 

 

4- Endereçamento

Este é um princípio de extrema importância. Se eu tivesse que escolher apenas um para manter nessa lista, com certeza seria a questão do endereçamento. Vamos entender o que eu quero dizer com esse termo.

Qual lugar melhor para endereçar lápis do que num porta-lápis?
Lápis organizados em porta-lápis

Com endereçar um objeto eu quero dizer definir uma casa para tal objeto. Costumamos nos referir a ambientes bagunçados como lugares onde está tudo fora do lugar. Pois bem, pensando assim, a organização se propõe a devolver cada coisa no seu lugar e, ainda mais, identificar endereços para aqueles itens que ainda não possuem uma casa.

Se você possui um objeto e não definiu onde ele deve ficar, onde ele vai parar quando não está sendo usado? A tendência é deixá-lo no meio do caminho, largado em cima de alguma mesa, estante, encostado em alguma parede.

Um objeto sem endereço tende a ficar perdido pela casa, isso quando ele não acaba sendo colocado no lugar de outro objeto. Em ambos os casos, vai haver algo fora do lugar e a bagunça aos poucos vai aparecendo.

Portanto, é extremamente importante termos definidos um espaço para tudo o que possuímos. Com isso bem definido, fica bem mais simples na hora de arrumar a casa, pois saberemos exatamente para onde cada coisa tem que ir – e ainda mais fácil se os princípios 2 e 3 também foram aplicados, pois os endereços de objetos relacionados vão estar logicamente próximos.

Mas e se não encontramos um endereço bom para um item específico? Então é bom revisarmos o primeiro princípio e analisar se esse item realmente deveria ter ficado e não sido descartado.

Caso ele seja de fato digno de um lugar na sua casa, pode existir um outro objeto tomando o lugar dele e preenchendo de maneira não tão própria o espaço de sua casa. Novamente, vale voltar para o princípio 1 e rever a necessidade de destralhe.

Uma vez que seus pertences estão todos categorizados, agrupados e bem endereçados, já se pode sentir a ordem tomando conta do seu lar. Mas os próximos princípios também se mostram relevantes para elevar ainda mais o nível da sua organização.

 

5- Visibilidade

É muito importante que você possa ver aquilo que você tem, seja as peças de roupas no armário ou itens de sua despensa. Do contrário, você corre o risco de esquecer da existência de uma camiseta no fundo do seu guarda-roupa ou perder alimentos na sua estante pois eles passaram da validade e você não se lembrou de usá-los.

Daqui nasce a importância de se prezar pela visibilidade do que você está organizando. Mesmo que tudo esteja metodicamente endereçado, as chances de você se esquecer daquilo que tem em casa aumentam muito quando você não os vê. A questão aqui é enxergar para se lembrar.

Trabalhar com esse princípio se mostra bem importante quando queremos evitar o desperdício de alimentos e demais produtos, ou mesmo evitar o surgimento de mais tralha, pois é isso que um item seu se torna quando está perdido, fora de vista e não sendo utilizado.

Estante com pastas e etiquetas visíveis

O que muito contribui para a visibilidade e é frequentemente utilizado em organizações é a prática de etiquetagem, uma forma de identificar os itens. A ideia é que, se você não pode enxergar um item, a etiqueta estará lá para lhe passar a informação do que está armazenado ali. Mesmo para pessoas com problemas de visão, as etiquetas podem trazer soluções utilizando texturas ou mesmo escrita em braile.

 

6- Acessibilidade

Agora um princípio que se relaciona diretamente com a praticidade à qual a organização se compromete. Quando vamos escolher o endereço de um objeto, é importante sempre considerarmos o seu padrão de uso. Se usamos ele dez vezes por dia ou apenas duas vezes por ano, o quão “à mão” ele deve estar muda substancialmente.

Nos diversos ambientes de uma casa, existem os lugares nobres para armazenamento de objetos. Por exemplo, as prateleiras que estão na altura dos olhos e ao alcance das mãos são lugares nobres. Os pertences que merecem ocupá-los são os de maior uso, ou então aqueles aos quais você queira dar um destaque, seja porque é um enfeite que você gosta muito ou um objeto que lhe faz feliz toda vez que vê.

Outros espaços que não são assim tão acessíveis vão acomodar os itens de menor frequência de uso e que não precisam necessariamente estar em lugares de fácil acesso. Se é verão, você pode alocar suas roupas de inverno no maleiro do guarda-roupas. Se você não pretende abrir uma pasta de documentos, mas precisa guardá-los por pelo menos cinco anos, então tudo bem colocá-la no fundo da prateleira mais alta de algum armário.

É claro que, caso você tenha espaço de sobra, não há problemas em se guardar itens de baixa frequência de uso em lugares mais nobres, mas o contrário não se aplica: evite ao máximo sacrificar a acessibilidade dos pertences que você mais precisa por perto!

 

7- Personalização

Por último, mas não menos importante, elenco mais um princípio indispensável de se considerar na hora de construir a praticidade e a funcionalidade dentro de uma organização. Acontece que cada casa é um caso e isso deve ser levado em consideração na hora de botar tudo em ordem.

Sabe por que existem tantos métodos de organização por aí? Justamente porque não existe um guia definitivo de organização que sirva para todas as pessoas!

Assim como o que temos em nossas casas varia de acordo com nossas personalidades, gostos, hábitos e atividades, a forma de organizar tudo isso também muda.

Logo no primeiro princípio já vemos mudanças, pois é impossível estabelecer algo como “mantenha em seu guarda-roupa 4 camisas sociais”, pois essa quantidade está muito além do que o dono de um quiosque na praia precisa e muito aquém das necessidades de um empresário que usa terno e gravata de segunda a sábado.

Também o princípio da acessibilidade se liga fortemente com este. Afinal, os padrões de uso mudam muito de pessoa para pessoa. Alguém que tem o costume de assar bolos toda semana precisa ter suas formas de bolo muito mais acessíveis do que alguém que raramente se arrisca na cozinha (e possivelmente nem precise possuir uma forma de bolo).

Estilos de vida diferentes determinam necessidades específicas. Necessidades específicas exigem soluções personalizadas.

É este princípio que gera o prestígio de personal organizers, profissionais de organização que levam às casas de seus clientes soluções personalizadas para seus problemas. Se não houvesse a necessidade de se ter personalização na organização, certamente estes profissionais não estariam ganhando cada vez mais espaço no mercado de trabalho.

 

Conclusão

Estante organizada

Vendo todos estes princípios da organização nos ajuda ainda mais a reforçar a diferença em relação entre o dar uma arrumar, cujo único princípio é esconder a bagunça. Tendo todos esses princípios bem aplicados, as chances são de que sua organização seja bem eficiente e duradoura e, ainda mais, quando perceber que algum desses pontos discutidos está em déficit, vai saber com clareza que está na hora de reorganizar.

Ter em mente esses sete princípios nos ajuda a refletir sobre nossos ambientes e a pensar se existe algo neles que podemos melhorar. Às vezes a mudança pode ser bem sutil, mas com resultados muito evidentes.

A organização não deve ser algo complicado, e é justamente para isso que seus princípios servem, para simplificar e deixar tudo mais lógico e intuitivo.

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